segunda-feira, 10 de novembro de 2014




“Dê dinheiro, mas não dê poder...”

A frase é clássica, mas, além disso, ela desmascara a tudo e a todos à nossa volta. Quer um exemplo?
Sabe aquele amigo super do bem e muito gente boa?
Esse mesmo, esse que quando está ao volante, discute, fecha cruzamentos, faz ultrapassagens arriscadas, não demonstra educação, avança o sinal vermelho, não respeita nada e nem ninguém e está sempre querendo levar vantagem em tudo?

Pois é, esse seu amigo não tem nada de gente boa, ele não é do bem, um completo mau caráter. É dentro do carro, com o poder nas mãos, que ele mostra de forma clara e transparente a sua verdadeira índole.


Ampliando o raciocínio, brasileiro não é cortês, não é educado, não é solidário e muito menos paciente. O raio x do caráter das pessoas de uma cidade ou mesmo do país pode ser avaliado, sem medo de errar, pela observação do trânsito e da conduta dos seus respectivos motoristas. Pode apostar.

“Ih, entrou para a polícia, já era...”
Amigos, eu gostaria de lembrar que a polícia não desvia caráter, não dá curso de aliciamento ao crime, não difunde corrupção, extorsão ou covardias variadas. Ninguém se torna bandido ao ingressar na polícia, o bandido já está ali muito antes disso e o propelente que faltava era o poder.

A polícia é poder, assim como a magistratura é poder, a política é poder... O controle remoto da TV da sua casa é poder.
Tudo que denota e predispõe poder está a todo momento mostrando de forma escancarada a verdadeira cara do ser humano. Ninguém se torna mau caráter, já se é mau caráter e o mais grave é que a cada geração que se sucede, mais ainda estão sendo motivadas e compelidas à esse tipo de desvirtuo.

Portanto fica uma importante e não menos complicada questão:
Como haverão mudanças substanciais no país ou mesmo no mundo?
Diante dos outros e em condições de igualdade, sim, somos muito “éticos”. Mas o que prevalece é que às escuras, nefastos, detentores de poder e nos achando superiores aos semelhantes é que mostramos o que realmente somos.

“O homem guiado pela ética é o melhor dos animais; quando sem ela, é o pior de todos” (Aristóteles, 384-322 A.C.)

(Alexsander Bengaly)

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